Hoje iniciamos um novo ciclo de entrevistas com os atletas formados em Lisboa e que tiveram presença no EuroVolley 2019 e começamos com a atleta mais jovem.
Foi chamada para a Seleção Portuguesa de Subs em 2016 com 14 anos, depois de algumas presenças nas competição da WEVZA fez, em 2018 a sua estreia numa convocatória para a Seleção Sénior, ainda com 16 anos. Na seleção senior participou na European Silver League, na qualificação para o Eurovolley 2019 e foi uma das atletas convocadas pelo selecionador Francisco dos Santos para a fase final do Eurovolley que aconteceu no ano passado. A nível de clubes foi atleta do Clube Recreativo Piedense, Pedro Eanes Lobato e na época 2019/2020 no Sporting Clube de Portugal.
Quem é?
Amanda Cavalcanti, Central, natural de Almada, com 18 anos
O nome Cavalcanti está intrinsecamente ligado ao voleibol pela tua família e tu, apesar de apenas teres 18 anos estás a fazer um caminho notável como se vê pela presença constante nas seleções nacionais, sentes um peso extra pelo teu nome ou é mais um motivo de orgulho?
Penso que seja mais um motivo de orgulho e motivação, pois a minha família é o meu exemplo e carregar este nome é muito importante para mim além de que me apoiam incondicionalmente, partilhando a sua experiência e conhecimento da modalidade comigo para que possa crescer e evoluir enquanto atleta e pessoa, sem deixar que me sinta pressionada.
Em 2016 foste convocada pela primeira vez para a seleção nacional, de subs na altura, como foi receber essa notícia? Estavas à espera?
Foi uma surpresa e uma alegria! Não estava à espera até porque na altura ainda não possuía tanta prática e técnica, mas sei que apostaram em mim pela minha altura e confiaram no meu potencial. E era o meu sonho poder representar Portugal fazendo algo que adoro, por isso essa convocatória foi muito importante para mim.
Dois anos depois e com apenas 16 anos é a tua primeira convocatória para a seleção senior, qual foi a sensação que sentiste ao te juntares às melhores jogadoras nacionais? Como foste recebida?
Mais uma vez foi uma notícia inesperada e uma grande responsabilidade! Foi sem dúvida um momento de muita aprendizagem. Claramente estava muito nervosa por ir treinar com as melhores atletas, sendo que ainda tinha 16, mas fui muito bem recebida e bem tratada. Definitivamente fizeram-me sentir à vontade, mas sempre exigindo o máximo de mim.
Em 2019, fizeste parte da equipa que ficará sempre na história pela sua primeira presença da seleção nacional feminina num campeonato na europa, EuroVolley, como era o espírito no grupo com essa competição na Polónia? Que histórias e memórias tu trazes desses dias de estágio e de competição?
Foi o mais longo período seguido que passei na selecção, cerca de 4 meses com alguns fins-de-semana de descanso pelo meio, e foi um período de grande aprendizagem, experiência, esforço e principalmente alegria. É verdade que a competição foi um marco na história do voleibol português e por essa mesma razão, o espírito de grupo era de alguma ansiedade, por ser uma nova experiência, mas também de ambição e garra! Guardo comigo muitas experiências que nunca irei esquecer, desde poder defrontar algumas das melhores jogadoras do mundo e evidenciar do melhor voleibol, às várias viagens para diferentes países. Mas acima de tudo, poder partilhar esses meses com as minhas colegas e amigas, poder conhecê-las melhor e partilhar a nossa paixão que é o vólei.
A seleção nacional em seniores femininos realizou poucos jogos na zona de Lisboa, onde tens a tua família e amigos, isso é algo que sentes falta nos trabalhos das seleções ou eles deslocam-se para a acompanhar?
É o que mais me faz falta durante estágios ou competições pois sou muito próxima da minha família, que sempre me apoia e ajuda. Nem sempre podem estar presentes para me ver jogar (até porque várias competições são fora do país) mas fazem sempre um grande esforço para que tal aconteça.
Apesar de apenas teres 18 anos já tens muitos jovens que te veem como um exemplo a seguir por isso desafiamos-te a nos deixares umas palavras para aqueles os portugueses adeptos do voleibol e para todos os atletas que desejam chegar a vestir a camisola nacional, um dia.
Primeiramente, fico muito agradecida a todos que me apoiam e à nossa seleção! E para quem tem o voleibol como paixão, não devem desistir dos seus sonhos por maiores que sejam, porque por vezes realizam-se de forma inesperada e pode acontecer a qualquer um, desde que seja dedicado, esforçado e que pratique este desporto com paixão e alegria, pois torna tudo mais fácil e melhor.